Tem o objetivo de remover o excedente de pele e gordura da região inferior do abdome e reaproximar os músculos reto abdominais através de suturas (plicatura) favorecendo o remodelamento do mesmo. Geralmente todo excedente localizado entre a cicatriz umbilical e a parte mais inferior do abdome pode ser removido, podendo retirar estrias, cicatrizes e flacidez. A cirurgia pode ser isolada ou combinada com lipoaspiração (lipoescultura) o que faz realçar ainda mais os contornos quando o paciente apresenta gordura localizada, principalmente em flancos. A cicatriz na abdominoplastia convencional é horizontal na parte inferior do abdome, sendo na maioria dos casos escondida na marca da calcinha. Pacientes pós cirurgia bariátrica podem necessitar de cirurgia com cicatriz em âncora (vertical e horizontal) para conseguir um resultado estético melhor nos casos de flacidez importante. A miniabdominoplastia consiste em ressecção de excedente de tecido gorduroso e pele, em menor quantidade que nos pacientes candidatos à abdominoplastia com manutenção do umbigo na mesma posição ou um pouco abaixo da posição prévia, sem portanto apresentar incisão no umbigo.
É necessário jejum de 8 horas. A cirurgia pode ser feita com anestesia peridural associada à sedação ou anestesia geral. Tem duração de aproximadamente 3-4 horas dependendo da associação com lipoaspiração. Durante a cirurgia é colocada no paciente uma bota de compressão pneumática, que faz massagem nas pernas durante todo o procedimento. É necessário também o uso concomitante das meias de baixa compressão (meia branca ¾ – até joelhos). Na maioria dos casos, o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia (algumas horas após) com o retorno ao consultório já programado.
No pós operatório, a região do abdome pode ficar inchada e roxa (equimoses), mas no final da segunda semana estas alterações diminuem consideravelmente. A dor geralmente é mais comum nos primeiros 3 dias e é dependente do limiar de dor de cada paciente. A dor geralmente é tolerável com os analgésicos prescritos. Indica-se repouso relativo nos primeiros sete dias, evitando-se fazer atividade física e manter cuidado para evitar trauma local. Orienta-se, nas primeiras 2 semanas após a cirurgia, manter postura com o tronco fletido ao deambular. Durante o período que estiver deitado, recomenda-se cabeceira elevada e a colocação de travesseiro embaixo dos joelhos para facilitar a flexão do abdome. A ferida não deve ser molhada durante as primeiras 48 horas após a cirurgia. Poderá limpar a região com soro fisiológico e fazer novo curativo a partir do dia seguinte à cirurgia. Após 48 horas, o paciente deve molhar a ferida durante o banho e, posteriormente, secar com uma toalha bem limpa a região e fazer novos curativos diariamente. Se for preciso, trocar curativo ao longo do dia evitando-se manter o local sujo de sangue. Usar modelador abdominal e as meias de baixa compressão 24 horas por dia (retirar apenas para tomar banho). Com 1-2 semanas o paciente encontra-se totalmente apto à retornar as atividades laborativas, tendo o cuidado de evitar esforço físico e peso durante 2 meses. Após 2 meses está autorizada atividade normal inclusive musculação. Dependendo da evolução, com 2 semanas o paciente já estará liberado para dirigir.
Os fios usados durante a cirurgia são reabsorvíveis e, portanto, não há necessidade de sua remoção. Podem existir alguns pontos simples com fio inabsorvível que deverão ser retirados com 7-10 dias. A cicatrização depende do organismo de cada paciente e pode variar de cirurgia para cirurgia ou até mesmo em locais diferentes em um mesmo tempo cirúrgico. Cuidados são tomados em quem tem tendência a cicatrizes inestéticas (cicatriz hipertrófica ou quelóides) como uso de microporagem, fitas de silicone, pomadas para cicatrização, dentre outras medidas.
A cicatrização se completa com 6 meses a 1 ano após a cirurgia. Com 1 mês ocorre diminuição importante do edema e o abdome vai ganhando contorno. Em 6 meses já dá para perceber um resultado estético satisfatório.
